Segundo a Interpol e a Europol, o número de sites que comercializam produtos médicos ilícitos para combater a Covid-19 tem disparado nas últimas semanas. Só no mês de Novembro, foram registados 1062 domínios online com a palavra “vacina”.
A Interpol, a Europol e a Agência Europeia do Medicamento (EMA) lançaram recentemente diversos alertas sobre os riscos da compra online de supostas terapias para a Covid-19, tudo porque já foram encontrados milhares de anúncios para a venda de vacinas falsificadas contra a doença. Algumas das alegadas vacinas estao à venda por centenas de euros.
Só em Novembro, foram registados 1062 domínios online com a palavra “vacina” e, destes, 400 tinham também no título as palavras “covid” ou “corona”, de acordo com um relatório divulgado recentemente e que alerta para campanhas de phishing — roubo de dados do utilizador através de ataques informáticos — usando como atractivo o coronavírus. Vários sites estão alojadas na dark web — uma parte da Internet frequentemente usada para actividades criminosas.
A Europol alerta que as vacinas contrafeitas podem pôr em risco a saúde pública, uma vez que são produzidas em laboratórios que não cumprem os requisitos sanitários exigidos e, por isso, estas vacinas “poderão circular em mercados ilícitos ou serem introduzidas no mercado de distribuição legal”.
Outro dos alertas vai para as possíveis tentativas de roubar frascos vazios usados pelas farmacêuticas para os reabastecer com outras substâncias ilícitas.
Em Portugal, as autoridades ainda não registaram qualquer caso de compra ou venda fraudulenta de vacinas falsificadas. No entanto, o Infarmed já reforçou os avisos da EMA, enquanto que a PSP apela às pessoas que “não acreditem nas vacinas que são vendidas na Internet”, uma vez que a vacinação contra a Covid-19 decorrerá apenas e exclusivamente através do Serviço Nacional de Saúde.
Entre Março e Setembro deste ano, a Autoridade Tributária (AT) apreendeu 31 mil doses de medicamentos no âmbito da operação internacional “Shield” contra o tráfico de substâncias e medicamentos contrafeitos. A operação decorreu em 27 países, tendo sido apreendidos mais de 25 milhões de doses de Tadalafil, desmantelados dez laboratórios ilegais, detidas 667 pessoas e encerrados 453 sites de venda.