Termas das Caldas da Cavaca em grande destaque na edição do Público deste Domingo

O jornal Público traz este Domingo uma grande reportagem sobre as Caldas da Cavaca, em Aguiar da Beira. Na peça de quatro páginas, o jornalista faz uma descrição extensiva de todo o processo, onde relata também as dificuldades no acesso à informação e as da própria câmara em dar seguimento ao projecto.

PÚBLICO; 20 DE DEZEMBRO DE 2020:

O jornalista do Público José António Cerejo assina este Domingo uma grande reportagem a que chamou “Parceria fez Aguiar da Beira ficar sem termas em que gastou mais de três milhões” (artigo exclusivo para assinantes). Ao longo de quatro páginas, o jornalista faz uma descrição extensiva de todo o processo, onde relata também as dificuldades no acesso à informação, bem como as da própria câmara em dar seguimento ao projecto, devido aos processos que Gumercindo Lourenço enfrentou e ainda enfrenta na justiça.

Durante décadas, o concelho de Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, teve nas Caldas da Cavaca a sua principal atracção“, comeca por escrever. “Em 1993, uma década depois de adquirir
os 417 hectares da Quinta do Banho e terrenos anexos, a câmara local criou uma empresa cujo capital detinha quase a 100%, para explorar e requalificar o espaço. Passados dois anos, as termas fechavam para obras, reabrindo apenas em 2008. Nos últimos anos, o local foi votado ao abandono, as pensões e outros edifícios tornaram-se irrecuperáveis, o balneário já não funciona há pelo menos dois anos e do seu interior desapareceram todos os equipamentos e móveis”, continua.

Sobre a dificuldade em aceder a documentos para a escrita da peça, o jornalista diz que a ERC “não respondeu [ainda] a uma queixa apresentada pelo PÚBLICO, em Dezembro do ano passado, contra o presidente da Câmara de Aguiar da Beira, por este se declarar indisponível para responder a perguntas concretas que lhe foram dirigidas no âmbito deste trabalho em Outubro de 2019” e que a entidade reguladora retém há 12 meses. “Desde Outubro do ano passado, o PÚBLICO dirigiu dezenas de emails a Joaquim Bonifácio, sem obter qualquer esclarecimento. Sem resposta ficaram igualmente as tentativas de contacto com Rita Mendes e José Tavares. Fernando Andrade, o ex-presidente e actual provedor da Misericórdia local, também se escusou a falar sobre o assunto. O empresário [Gumercindo Lourenço] optou igualmente por não prestar quaisquer declarações“.

Os 417 hectares da propriedade e as termas passaram entretanto para o controlo de Gumercindo Lourenço, que a câmara aceitou como parceiro e em cujo projecto se comprometeu a investir 1,7 milhões de euros em acessos e infra-estruturas, bem como à construção de um hotel de quatro estrelas com spa que se “encontra em toscos e abandonado desde a interrupção das obras em 2013“.

O assunto “Caldas da Cavaca” foi recentemente discutido em reuniões da Câmara e da Assembleia Municipal de Aguiar da Beira, onde foi referida a constituição de uma comissão para dar seguimento ao projecto. Um dos principais problemas é o facto da empresa Caldas da Cavaca SA se encontrar há vários anos a aguardar o desfecho da acção que interpôs contra a rescisão do contrato de financiamento pelo Turismo de Portugal. O que é certo é que os problemas continuam e o Município tem tido grandes dificuldades em prosseguir com as negociações para que a obra continue.

A peça refere ainda parcerias do empresário Gumercindo Lourenço com outros três municípios, todas elas envoltas em problemas. “Para lá da parceria firmada entre Gumercindo Lourenço e o município de Aguiar da Beira, o empresário está envolvido em processos e litígios relativos à criação de outros hotéis e estabelecimentos termais em sociedade com as câmaras de Fornos de Algodres, Tabuaço e Penamacor e com apoio do Turismo de Portugal. No primeiro caso, Gumercindo já foi condenado a quatro anos e meio de prisão, com pena suspensa, pelos crimes de fraude na obtenção de subsídio e branqueamento de capitais. Tal como sucedeu em Aguiar da Beira, o contrato de financiamento do hotel de Fornos foi rescindido pelo Turismo de Portugal em 2015, entre outras razões, por as obras terem sido adjudicadas a outras empresas suas sem concurso público, estando, também como em Aguiar da Beira, essa decisão a ser discutida em tribunal“.

A cronologia das Caldas da Cavaca, segundo o PÚBLICO, pode ser consultada na tabela seguinte.

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