O Papa Francisco aceitou esta quarta-feira, 20 de Setembro, a resignação do bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, por motivos de saúde.
Em declarações à Renascença, D. Ilídio Leandro explicou que o seu estado de saúde começou a agravar-se há sete anos quando sofreu um AVC, “que foi sendo progressivo nas consequências”.
“Dado o meu estado de saúde pedi a resignação há três anos. Não foi aceite na altura, mas agora renovei, porque sobretudo a nível de memória e de capacidades que são necessárias para conduzir a diocese, sinto-me com grandes dificuldades para levar a cabo a minha missão.”
Após ter sido submetido a uma cirurgia à tiroide no final do mês de julho, D. Ilídio Leandro renovou o pedido de resignação que já tinha feito anteriormente. “Por isso pedi a resignação, que agora foi aceite, e estou à espera que o processo da minha substituição vá até ao fim para, brevemente, assim espero, seja indicado o meu sucessor. É possível que seja até ao fim do ano pastoral, isto é, em junho. O meu desejo é que fosse até ao final do ano civil, porque sinto que a diocese ganharia com a minha substituição mais breve.”
Apesar de o pedido de resignação ter sido aceite, D. Ilídio Leandro pretende continuar a estar ligado à diocese. “Enquanto Deus quiser continuo, e continuo para ser uma ajuda. Por isso ao Papa disse que gostaria de continuar como pároco, deixando de ser o bispo da diocese. Quero continuar a servir a Igreja e a sociedade enquanto puder.”
Apesar de garantir que já recebeu o consentimento de Roma, o boletim diário da Santa Sé não inclui qualquer referência à sua resignação nesta quarta-feira.
D. Ilídio Leandro nasceu a 14 de dezembro de 1950, em Rio de Mel, Distrito e Diocese de Viseu, tendo terminado os estudos em Filosofia e Teologia, no Seminário Maior de Viseu. Recebeu a ordenação sacerdotal a 25 de dezembro de 1973, na Catedral de Viseu, e foi ordenado bispo a 23 de julho de 2006, depois de ter sido nomeado por Bento XVI como sucessor de D. António Marto na Diocese de Viseu. A partir de 2010 promoveu um Sínodo Diocesano, cujas conclusões foram apresentadas em 2016 como “a base para os planos pastorais dos próximos 10 anos”.
A idade normal para resignação de um bispo é aos 75 anos, mas abrem-se exceções por motivos de saúde ou outros.