O desenvolvimento do telescópio espacial James Webb começou em 1996. Com um orçamento inicial de 500 milhões de dólares, estava previsto ser lançado em 2007. Uma série de atrasos e custos adicionais foram adiando o seu lançamento, que acontece, finalmente, este sábado, 25 de Dezembro de 2021. O lançamento, num foguetão Ariane 5, da Agência Espacial Europeia, tem hora marcada para as 12h20 (UTC) na Guiana Francesa. Apesar de ter acabado por custar 10 mil milhões de dólares, o James Webb é o telescópio mais potente e mais complexo alguma vez construído — 100 vezes mais potente que o Hubble — muito por causa do espelho com 6,5 metros de diâmetro.
O James Webb vem substituir o telescópio espacial Hubble, em órbita há 31 anos (mais do dobro dos esperados 15 anos de vida). Um dos seus objectivos de investigação é, nada mais, nada menos, que captar a luz de corpos celestes tão longínquos como a 13,5 mil milhões de anos luz, pouco depois do início do Universo, que deverá ter 13,8 mil milhões de anos.
Ao contrário do Hubble, que se encontra a 537 km de altitude, o James Webb vai ser colocado a 1,5 milhões de quilómetros da superfície da Terra, num ponto chamado L2, onde precisa de usar muito pouca energia e pode ficar muito estável. Também em contraste com o Hubble, que pode ser reparado no espaço, o James Webb não pode ser intervencionado por causa da distância a que se encontra e, também por isso, espera-se que tenha uma vida de apenas 5 a 10 anos, a não ser que entretanto seja desenvolvido um método para o reabastecer.
Em termos científicos o James Webb permitirá observar as primeiras estrelas e galáxias, olhar para dentro de nuvens de gás e poeira onde se estão a formar estrelas, galáxias e sistemas planetários, para além de permitir descobrir e estudar melhor planetas extrassolares e as suas atmosferas, alcançar as zonas obscuras do Sistema Solar, compreender melhor as origens da vida e procurar sinais de vida extraterrestre.
Pode assistir ao lançamento aqui.