Conheça o núcleo dolménico de Carapito

Na freguesia de Carapito conhecem-se hoje quatro dólmenes, que em conjunto formam o núcleo dólménico local e um dos mais conhecidos da Europa.

Na imagem abaixo pode ver-se a sua localização no mapa.

Dólmenes

O Dólmen Nº 1, localmente conhecido por “Casa da Moira”, sobressai pela sua monumentalidade, ultrapassando os seus esteios os 5 metros de altura. De acordo com os registos, o dólmen de Carapito é o segundo maior de Portugal, sendo apenas ultrapassado pela Anta Grande do Zambujeiro, em Évora. Este dólmen foi mencionado pela primeira vez por Francisco Martins Sarmento no relatório da expedição científica que a Sociedade de Geografia de Lisboa realizou à Serra da Estrela em 1881. Em 1933, Georg Leisner visitou o monumento, fez a primeira planta e decalcou as gravuras rupestres existentes. Em 1948, José Coelho apresentou uma referência mais extensa, acompanhada de um esboço e de um registo fotográfico. No entanto, só em 1966 é que este dólmen foi alvo de um trabalho científico, dirigido por Vera Leisner e Leonel Ribeiro, tendo estes recolhido numeroso espólio. No ano de 1988 Domingos Cruz e Raquel Vilaça iniciaram os trabalhos de recuperação do dólmen, que por falta de fundos e apoios não puderam ser concluídos, levando a que alguns anos depois parte do dólmen voltasse a ficar em ruínas. Durante este trabalho foi ainda possível recolher material que possibilitou a datação pelo processo de Carbono-14 e que estimou a construção/utilização do dólmen por volta de 2900 A.C.. Foi classificado como monumento nacional em 1974.

Dólmen Nº 1 (foto de Tiago Almeida).
Dólmen Nº 1 (© Tiago Almeida).

Ali bem perto, a poucas centenas de metros, encontram-se os dólmenes número 2 e número 3, que têm também eles muito interesse arqueológico. Estes foram escavados por Vera Leisner e Leonel Ribeiro, que também ali recolheram diverso espólio. No dólmen 3 notaram nitidamente uma separação de camadas, correspondentes a duas utilizações em épocas distintas, possivelmente por povos também eles diferentes.

Dólmen II
Dólmen Nº 2 (© Bruno Andrade).
Dólmen III
Dólmen Nº 3 (© Bruno Andrade).

Finalmente, o dólmen nº 4 encontra-se na outra extremidade da freguesia e é também conhecido por “Orca da Revolta”. Este dólmen foi escavado por Castro Nunes em 1965.

Dólmen IV
Dólmen Nº 4 (© Bruno Andrade).

Enquanto que o dólmen nº 1 apresenta a quase totalidade dos seus esteios a descoberto, os restantes três encontra-se ainda praticamente cobertos, sendo possível identificar claramente as mamoas (coberturas de terra), que nalguns casos têm mais de 10 metros de raio.

Até à recente recuperação, os últimos três permaneciam desconhecidos para muitos, mas principalmente muito longe de poderem estar num estado de serem visitados dignamente. Agora que todos se encontram muito mais apresentáveis, a Junta de Freguesia convida todos os interessados a fazerem uma visita aos mesmos, podendo reviver uma importante parte da nossa história.

A localização dos quatro dólmenes é a seguinte:

Dólmen Nº 1: 40.746758, -7.466925
Dólmen Nº 2: 40.749049, -7.468368
Dólmen Nº 3: 40.750853, -7.467969
Dólmen Nº 4: 40.783480, -7.449102

Visitem e divulguem!

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