Parlamento chumba recomendação de eliminação de portagens na A22, A23, A24 e A25: as reações de PS e PSD da Guarda

O parlamento chumbou, na passada sexta-feira, 8, os projetos de resolução do PCP, BE e PEV que recomendavam a eliminação das portagens nas autoestradas A22, A23, A24 e A25.

Lisboa – Assembleia da República. Barao78, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

O parlamento, que votou em simultâneo os três projetos de resolução pela abolição das portagens na A22 (Via do Infante) do PCP, BE e PEV, chumbou as propostas com os votos contra do PS e do deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira, a abstenção do PSD e do CDS-PP e os votos favoráveis dos proponentes, do PAN e de nove deputados socialistas.

Em relação à eliminação de portagens na A23, os projetos foram igualmente votados em conjunto, tendo sido rejeitados, com votos contra do PS e do deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira, abstenção do PSD, CDS-PP e três deputados socialistas, e a favor do BE, PEV, PCP e 14 deputados do PS.

Também as propostas para abolição na A24 e na A25 foram rejeitadas, ao merecerem votos contra do PS e de Paulo Trigo Pereira, abstenção de PSD e CDS-PP e votos a favor de nove deputados do PS e restantes partidos. Os deputados do PS eleitos pela Guarda, Santinho Pacheco e Maria Antónia Almeida Santos, votaram a favor dos projectos de resolução para a abolição de portagens na A23 e na A25. Carlos Peixoto e Ângela Guerra, do PSD, seguiram o sentido de voto do grupo parlamentar e abstiveram-se.

O projeto do PSD que recomendava ao Governo que desse cumprimento à resolução da Assembleia da República para estudo de uma alternativa ao “Pórtico do Estádio”, defendendo melhores interesses de Aveiro e acabando com uma grave injustiça para com os aveirenses foi aprovado, baixando à sexta comissão.

Foi igualmente aprovada, e baixou também à sexta comissão, o projeto de resolução do PSD que recomendava ao Governo a redução de portagens na denominada Autoestrada do Pinhal do Interior (troço da A13 entre o Entroncamento e Coimbra e A13.1 que liga a Condeixa).

Comunicado da Federação Distrital da Guarda do PS

DEPUTADOS DO PS PELO CÍRCULO DA GUARDA VOTAM PELA ABOLIÇÃO DAS PORTEGNS NA A23 E A25
Na Assembleia da República, foram hoje apresentados projetos de resolução que recomendavam ao Governo a abolição das portagens na A23 e A25. Os projetos não foram aprovados, tendo-se registado votos favoráveis por parte do BE, PCP, Verdes e alguns deputados do PS.

Entre os votos favoráveis do PS contaram-se os dos dois deputados eleitos pelo Círculo Eleitoral da Guarda, Maria Antónia de Almeida Santos e António Santinho Pacheco.
Entre os votos favoráveis, não se contaram os dos dois deputados eleitos pelo PSD pelo Círculo Eleitoral da Guarda.
A cada dia que passa os Guardenses vão ficando com a perceção cada vez mais clara de quem defende os verdadeiros interesses do Distrito da Guarda na Assembleia da República.
O PS Guarda está empenhado no reforço da coesão territorial do nosso País, um processo que exige a adoção de políticas estruturantes que permitam corrigir as graves assimetrias que existem entre o Litoral e o Interior.
Com efeito, o PS Guarda estará sempre na linha da frente no combate pela abolição das portagens na A23 e A25.

Comunicado da Comissão Política da Guarda do PSD

O CIRCO SOCIALISTA COM AS PORTAGENS
O que se votou na passada 6ª feira na AR não foi a abolição ou a redução das portagens. Foi uma recomendação ao Governo para que o fizesse, o que é abissalmente diferente. Se o Governo, mesmo depois da decisão da AR nesse sentido, não aceitasse fazê-lo (e não aceita), nenhuma consequência ocorreria e tudo ficaria e fica como está.

O PS votou CONTRA essa eliminação ou diminuição. Mas para não ficar mal na fotografia, mandou meia dúzia de deputados seus votar a favor, desrespeitando-os. Um fingimento, um truque e um engano que não se pode levar a bem. Esse irrelevante e manhoso voto não mudava nada, pois nunca venceria o esmagadoramente maioritário voto contra da restante bancada do PS, já previamente decidida a manter as portagens. Enfim, artifícios e cinismos da política do ‘século passado’ para ludibriar incautos.
O maior embuste é que esses deputados, como todos os do PCP e do BE, mentores destas iniciativas, foram os mesmos que há dois meses votaram favoravelmente o Orçamento de Estado que prevê, nem mais nem menos, as receitas das portagens que agora, hipocritamente e sem pudor, fingem querer acabar.
O mais deplorável é que esses deputados socialistas se prestaram ao triste papel de se irem revezando no apoio intermitente às propostas comunistas apenas em função da relação que estas têm com os distritos por onde foram eleitos. Isto é, os deputados do PS eleitos pela Guarda simulam que acham bem que se acabe com as portagens na A23 e na A25, mas acham que se devem manter na A24. Já os de Vila Real, entendem que podem acabar na A24, mas que devem continuar na A23 e na A25. Que vergonha! Que golpe na coerência e na justiça territorial.
Para consumo local, estas balelas podem fazer rebentar alguns foguetes. Para o país e para a política séria, são lastimáveis.
O PSD não quis ficar associado a este circo e absteve-se nessa votação. Isto porque só o Governo que gere os nossos recursos sabe ao certo se pode ou não abdicar das receitas destas taxas. Se a esquerda quer mesmo acabar com as portagens que o faça. Com coragem e sem cinismos ou ilusionismos. Tem esse dever, está no poder e sabe as linhas com que se cose. Não há partido nenhum que queira pôr o povo a ter despesa só porque sim. Quem passou pelo Governo sabe que o ‘país da Troika’ não suportava prescindir dessa receita das portagens logo após os desmandos ‘socratistas’ e socialistas. A alternativa passaria por cortar mais nos salários e nas pensões, o que seria ainda mais penoso. O princípio é que quem usa, paga. Deve é pagar muito, mas muito, menos do que paga atualmente. Este é um princípio correto, ainda que politicamente incómodo.
A verdade pode doer, mas é preferível ao truque, ao malabarismo e à mentira.

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