O jornal Público conta esta quinta-feira um pouco da história de Cristóvão Cunha — o padre voador, no Fugas.
Cristóvão Cunha, 38 anos, é natural de Dornelas, Aguiar da Beira. Pároco, piloto e astrónomo amador, voa quase todas as semanas e anseia por cumprir um dos seus sonhos, recriar a viagem de Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
“É normalmente ao fim-de-semana que o padre Cristóvão deixa a terra para elevar-se nos céus, ainda que os sábados à tarde sejam complicados, “pelas celebrações”, sobretudo no Verão, com “os baptizados e casamentos dos emigrantes”. Porém, uma ou duas vezes por mês junta-se um grupo do Aeroclube de Viseu, “uma família”, para “ir comer a Chaves, Bragança, Santarém”; e há sempre a “voltinha dos tristes”, que, para quem voa desde o aeródromo de Viseu, significa ir até Aveiro, “apanhar” a nortada até à Figueira da Foz e regressar à base (quando o vento está de sul para norte, inverte-se o itinerário, explica)“, conta o jornal.
Os voos podem ser curtos, mas também podem ser longos, com a viagem que fez entre a fronteira da Itália com a Eslovénia e Lisboa: 1850 quilómetros. Apesar de tudo,a sua viagem de sonho é replicar a travessia do Atlântico Sul feita por Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Era para a ter realizado em 2022, no centenário da viagem original, mas a pandemia e a falta de patrocinadores fez com que tivesse que adiar esse sonho. Por enquanto.