Momentos da História de Carapito — 1941: o dia do grande ciclone

©Professor Augusto Osório

Há 82 anos, a 15 de Fevereiro de 1941, um grande ciclone varreu Portugal de Norte a Sul. Foi o fenómeno mais devastador registado em Portugal até hoje, uma vez que atingiu o país por inteiro. E Carapito não foi exceção.

O vento ultrapassou em muito os 100 km/h. No Distrito da Guarda, foram derrubadas milhares de árvores. Por todo o país, foi registada a morte de mais de uma centena de pessoas. Os feridos foram muitos mais.

No livro “Dias de Fazer”, de Tó-Zé Paizão e Carlos Paixão, o ciclone é descrito no conto com o mesmo nome:

Toda a gente que andava nos campos e tinha saído pela manhã, naquele dia 15 de Fevereiro de 1941, regressou a suas casas. Durante toda a tarde, rajadas ciclónicas atingiram velocidades incríveis, silvando pelos beirais, rugindo através dos ares. Algumas telhas voavam como folhas secas. As ruas eram varridas por uma vassoura gigante, cujo piaçá se esmagava contra os seixos das calçadas“.

Mais à frente sobre o resultado da intempérie, descrevem:

Ao amanhecer o sol mostrou um campo de guerra. O chalé da casa do tio Zé Forninhos tinha voado, a maior parte das casas estavam destelhadas e com vidros partidos. As matas foram implacavelmente arrasadas e suplicavam o machado do lenhador ou a serra do madeireiro para que lhes desse outra utilidade”.

No jornal Caruspinus, n.º 127, de Março de 1998, na secção “No Meu Tempo”, Tó-Zé Paixão relata ainda algumas histórias desse dia, como a aflição de dois pastores que, na Fraga, tentavam proteger-se e juntar as ovelhas, enquanto ali perto pinheiros eram derrubados. Na Praça, um ramo do grande freixo partiu-se, tendo feito apenas estragos num beiral próximo. O tio Narciso teve menos sorte, pois caiu-lhe uma oliveira em cima, no Corgo, tendo, no entanto, escapado com apenas algumas mazelas.

Relembre aqui o texto.

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