COVID-19: fronteiras com Espanha devem continuar fechadas até ao final de Junho

O Governo português quer estabelecer acordos com vários países europeus, com quem já iniciou discussões, para a criação de corredores turísticos. A fronteira com Espanha deverá, no entanto, manter-se fechada até 30 de Junho.

Photo credit: Portuguese_eyes on Visualhunt.com / CC BY-SA

O Governo Português pretende estabelecer acordos com vários países europeus, com quem já iniciou discussões, no sentido de criar corredores turísticos. As negociações estão a ser feitas, nomeadamente, com a Alemanha, a Espanha, a França e a Suíça, para garantir que os emigrantes possam deslocar-se a Portugal ainda neste verão.

Neste momento há ainda muitas dúvidas, nomeadamente quanto à necessidade ou não quarentena em Espanha, o que poderá levar as autoridades a abrir as fronteiras só no mês de Julho.

A agência Lusa contactou conselheiros das comunidades na Alemanha, França e Suíça, tendo de todos obtido a garantia que é propósito destes emigrantes visitar a família e os amigos em Portugal.

Alfredo Stoffel, conselheiro das comunidades portuguesas na Alemanha, onde vivem 114.705 cidadãos nascidos em Portugal, disse que “a grande dúvida é o transporte e percurso a realizar, uma vez que estando aberto o espaço aéreo europeu, as companhias aéreas só agora começam a retomar alguns voos. Mas mesmo que as ligações comecem a ser mais frequentes, os portugueses na Alemanha estão mais inclinados a fazer a viagem de carro, atravessando assim as fronteiras terrestres e percorrendo os corredores que, entretanto, deverão estar abertos”.

Mas “mesmo que os corredores em França e Espanha estejam abertos, não podendo parar nesses países, mas apenas circular, é preciso assegurar que podem abastecer as viaturas e terem espaços para descansar”, reconhecendo, contudo, que “os corredores são uma boa ideia e um primeiro passo para quem pretende ir de carro”, mas “é importante informarem-se sobre a ida, mas também a vinda”. Em relação ao avião, as dúvidas recaem sobre os riscos da proximidade física e também os preços, que são para já uma incógnita.

O conselheiro em França Paulo Marques, onde residem 595.900 nascidos em Portugal, disse que tem “tido imensas solicitações e a todos explicamos tanto o que o Governo francês determina, como o que está previsto em Portugal”, havendo ainda muitas dúvidas, mas que é preciso “evitar que pessoas infectadas levem a infecção a zonas com poucos casos, como acontece em Portugal, nomeadamente em zonas como o Algarve, um dos destinos mais procurados para férias no verão.

José Inácio Sebastião, conselheiro na Suíça, país com 217.662 residentes nascidos em Portugal, disse que “a comunidade quer ir, quer voltar a ver a família, os amigos, mas também tem muito medo da COVID-19. Não sabem se vai haver uma nova vaga e por isso estão apreensivos”. “A minha perspetiva é que a maior parte dos emigrantes vá a Portugal de carro, atravessando as fronteiras terrestres e circulando nos corredores de trânsito em França e Espanha”, adiantou.

Para ajudar os portugueses que queiram visitar Portugal no verão, a associação Cap Magellan lançou na segunda-feira um website que reúne informação oficial sobre o estado das fronteiras entre Portugal e França.

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