Seminário apresentou resultados do projeto de combate à vespa asiática em Viseu Dão Lafões

Projeto tinha tido início em Janeiro de 2022. Iniciativa juntou especialistas em Nelas.

©CIM VDL

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões promoveu esta quarta-feira, 21 de Junho, o Seminário Final do Projeto “Deteção e Combate à Espécie Exótica Invasora Vespa Velutina”.

O Auditório do Edifício Multiusos, em Nelas, foi o palco escolhido para a apresentação das conclusões do projeto que, recorde-se, teve início em Janeiro de 2022, fruto de uma candidatura aprovada com vista à deteção e combate à vespa velutina, espécie invasora que, como é sabido, representa uma ameaça séria para os ecossistemas, por afetar o ciclo de polinização.

Durante os 18 meses de projeto, foi implementado um conjunto de medidas, tendo em vista a prevenção, vigilância e controlo precoce da presença de exemplares ou ninhos de vespa velutina – ou vespa asiática, como é popularmente conhecida – e o acompanhamento e estudo da sua dispersão por todo o território da CIM Viseu Dão Lafões.

Entre estas medidas, destacam-se a aquisição, instalação e monitorização de equipamentos para a deteção e combate a esta espécie, nomeadamente uma rede de armadilhas entomológicas, equipamento de proteção individual, kits de destruição de ninhos, hipsómetros, entre outros. Estas ações decorreram em articulação com os gabinetes técnicos florestais, serviços municipais de proteção civil, equipas municipais de eliminação de ninhos, organizações de apicultores e apicultores presentes no território.

O projeto chegou, também, às escolas de Viseu Dão Lafões onde, através de ações de sensibilização, centenas de alunos aprenderam o que devem fazer se detetarem a presença da vespa velutina no território.

O Seminário desta quarta-feira começou com uma sessão de boas-vindas, a cargo de Joaquim Amaral, Presidente da Câmara Municipal de Nelas, e de Nuno Martinho, Secretário Executivo da CIM Viseu Dão Lafões.

Para Joaquim Amaral, “antes de mais, felicito este projeto que, em boa hora, foi levado a efeito pela CIM Viseu Dão Lafões e pelos catorze municípios que a constituem. Espero que, no fim dos trabalhos, fiquemos todos com a certeza plena de que este foi um evento que nos capacitou e onde obtivemos mais conhecimento sobre um assunto que acarreta muitas preocupações, que têm a ver com a proteção civil, a proteção das populações, mas também com os nossos produtos endógenos, a nossa agricultura e os nossos bens patrimoniais“.

Na ocasião, Nuno Martinho considerou que “com este projeto, a CIM procurou dinamizar, em todo o seu território, uma estratégia intermunicipal de combate a esta espécie invasora. Por um lado, quisemos promover a segurança dos cidadãos. Para isso, levámos para o terreno diversas campanhas de sensibilização e informação nas escolas, nas redes sociais e junto das populações. Por outro lado, este projeto também promoveu o estudo da distribuição da Vespa Velutina no nosso território, de modo a minimizar os impactos desta espécie, para a biodiversidade e ecossistemas, por via de um combate localizado“.

Seguiu-se um painel alargado, com especialistas sobre o tema. Paula Casteleira, da Cooperativa Agrícola e Apícola das Beiras, foi autora de uma intervenção sobre o “Impacto na Apicultura e Importância da Sensibilização” que o projeto teve na região. Nuno Capela, da Universidade de Coimbra, abordou os resultados e a proposta de estratégia de atuação do projeto.

O momento seguinte consistiu numa mesa-redonda, intitulada “A Vespa Velutina: Impactos, Metodologias, Constrangimentos…” Moderada por Cristina Amaro da Costa, da Escola Superior Agrária de Viseu, contou com a participação de Mónica Lopes, da Associação de Produtores Florestais de Montemuro e Paiva, dos apicultores Rafael Guimarães e Jorge Oliveira e de Márcio Pereira, coordenador municipal de Proteção Civil do Município de Oliveira de Frades.

O Projeto “Deteção e Combate à Espécie Exótica Invasora Vespa Velutina”, realizado com a colaboração da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, teve um valor total superior a 330 mil euros, financiado a 85% pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

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