Informação foi avançada pela Infraestruturas de Portugal em reunião com os presidentes das autarquias servidas diretamente pela linha ferroviária da Beira Alta.
A Linha da Beira, que se encontra encerrada para obras desde o dia 19 de Abril de 2022, já não vai reabrir em Janeiro de 2023 como estava inicialmente previsto, anunciou a empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP). A informação sobre o atraso foi dada a conhecer aos autarcas dos concelhos que são atravessados pelo corredor ferroviário, que visitaram esta semana as obras.
“No decorrer da empreitada, em Setembro de 2021, a IP foi confrontada com a Declaração de Impacto Ambiental relativa à Duplicação do IP3, Coimbra – Viseu, que não validou a nova Variante a Santa Comba Dão, tendo sido antes aprovada a solução de duplicação do atual troço do IP3. Esta decisão obriga à demolição da atual obra de arte (viaduto) da Linha da Beira Alta no cruzamento com o IP3. A IP, perante a necessidade de, num futuro próximo, se ver obrigada a voltar a ter que encerrar a Linha da Beira Alta para proceder à demolição da atual obra de arte e à construção de uma nova, decidiu avançar com a execução imediata destes novos trabalhos. Neste sentido, foi incluída a demolição da atual obra de arte e a construção de uma nova, já preparada para a duplicação do IP3, na empreitada em curso entre Santa Comba Dão e Mangualde. Esta intervenção iniciou-se no corrente mês de Outubro, tendo um prazo total de execução de 270 dias“, referiu a IP em comunicado.
“Tal facto, associado aos constrangimentos referidos anteriormente, determina que não é possível reabrir o serviço em Janeiro de 2023, sendo necessário prolongar a interdição do serviço ferroviário“, continuou.
Na reunião que aconteceu nos dias 24 e 25 de Outubro, A IP informou os autarcas presentes e os seus representantes que o encerramento à circulação ferroviária do troço entre Pampilhosa e Guarda, ocorrido em Abril passado, “permitiu viabilizar a concretização das intervenções planeadas em segurança e com muito maior eficácia do que teria ocorrido com a linha em exploração“. Aproveitou ainda para detalhar os constrangimentos que têm impactado diretamente com a execução das empreitadas — “os impactos decorrentes da pandemia COVID19, o prolongar da guerra na Ucrânia, que tem afetado fortemente o mercado da construção, designadamente no tocante à disponibilidade e prazo de fornecimento de materiais de origem ferrosa e as dificuldades sentidas pelos empreiteiros na contratação de subempreiteiros, obrigam a constantes adequações do plano de trabalhos, o que contribui de forma decisiva para a necessidade de prolongar o período de encerramento à circulação ferroviária na Linha da Beira Alta“, concluiu.
Modernização da Linha da Beira Alta permitirá maior mobilidade, segurança e sustentabilidade ambiental
A modernização integral da Linha da Beira Alta, integrada no Corredor Internacional Norte, irá permitir:
- a melhoria das condições de mobilidade e acesso dos passageiros, através da remodelação das diversas estações e apeadeiros, incluindo o alteamento, alargamento e o prolongamento de plataformas;
- a redução de tempos de percurso;
- o reforço da segurança;
- uma infraestrutura ferroviária dotada com os mais modernos equipamentos de controlo, sinalização e telecomunicações;
- a requalificação e supressão de todas as passagens de nível;
- o aumento da capacidade (aumento em cerca de 20% do número de comboios a circular por ano e para mais do dobro da capacidade em número de toneladas/ano);
- uma infraestrutura ambientalmente mais sustentável.