Formação em Museologia capacita equipas dos museus regionais

A Direção Regional da Cultura do Centro (DRCC), em parceria com a Câmara Municipal de Gouveia e o Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta, vão organizar um ciclo de formação em museologia, a decorrer nos dias 17, 18, 19, 27 e 28 de Abril 2023, no auditório da Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, em Gouveia.

O ciclo integra 10 ações de formação palestradas por reconhecidos especialistas da área e visa promover a capacitação dos profissionais dos museus da região Centro, enquadrando-se nos objetivos e ações da Estratégia de Desenvolvimento Regional de Cultura do Centro 2030, delineada pela DRCC“, referiu a DRCC em comunicado.

As sessões pretendem abordar temáticas diversificadas no campo da museologia, nomeadamente as matérias relacionadas com o Plano de Segurança, Mediação Cultural e Serviços Educativos; Acolhimento de Públicos; Marketing Cultural; Legislação cultural; Montagem de Exposições e Acessibilidade; Funções Museológicas, Curadoria; Conservação Preventiva e gestão de Museus.

A sessão de abertura do ciclo de formação, agendada para dia 17 de Abril, vai contar com a presença da Diretora Regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes e do Presidente da Câmara Municipal de Gouveia, Luís Marques Tadeu.

As ações de formação serão limitadas a 30 participantes por sessão, com frequência gratuita e inscrição obrigatória.

Nota: As inscrições encontram-se encerradas por ter sido atingido o número máximo de participantes em cada ação. No entanto, a DRCC e a Câmara Municipal de Gouveia estão a desenvolver esforços para encontrar uma nova solução que permita a reabertura das inscrições. ara mais informações contacte: gaac@drcc.gov.pt.

FORMAÇÃO EM MUSEOLOGIA | PROGRAMA

17 de abril
10h00 – Sessão de boas vindas
Dr. Luís Manuel Tadeu Marques (Presidente da Câmara Municipal de Gouveia)
Doutora Suzana Menezes (Diretora Regional de Cultura do Centro)

  • 10h30/13h00
    Plano de Segurança Paula Menino Homem (FLUP – DCTP & CITCEM)

Sinopse:
O Painel Plano de Segurança, integrante da Formação de Museologia, parte do universo conceptual relativo à segurança e estabelece articulações e relações sinérgicas com outras funções museológicas e áreas de atuação. Apresenta os riscos inerentes e as estratégias metodológicas para a sua gestão, considerando a previsão, prevenção e resposta, no sentido da recuperação da normalidade.

  • 14h00/17h00
    Mediação Cultural e Serviços EducativosInês Fialho Brandão (Museu Calouste Gulbenkian)

Sinopse:
As linhas de tensão que guiam o trabalho educativo em museus não são de hoje: coleção vs. público; conhecimento vs. empatia; objetividade vs. subjetividade; razão vs. Emoção – são alguns dos binómios através dos quais o papel social do museu é discutido, resultando algumas vezes numa perceção adversarial (real ou imaginada) da relação conservador/mediador. Mas será que tem que ser assim?
Neste encontro, vamos abordar os temas essenciais da mediação em contexto museológico, através da apresentação e discussão de diferentes modelos contemporâneos de mediação, identificando as suas forças e fragilidades, e debatendo soluções e caminhos futuros.

 18 de abril

  • 10h00/13h00 Acolhimento de públicos | Ana Alcoforado (Provedora para a Inclusão e Cidadania)

Sinopse:
A sessão de Acolhimento de Públicos, que será apresentada na Formação de Museologia, tem como objetivo destacar as questões teóricas e metodológicas chave na capacitação para o atendimento e acolhimento de públicos diversos em ambiente de Museus. Esta capacitação é uma tarefa que envolve o desenvolvimento de habilidades comunicativas.
A forma como acolhemos as pessoas determina a nossa relação, ou falta dela. O acolhimento é, essencialmente, um processo comunicativo. Neste sentido, serão abordados diferentes níveis e estratégias de comunicação, revisitando alguns autores marcantes, com especial foco em Jürgen Habermas e na teoria da ação comunicativa, que ancora o processo de conhecimento na comunicação e adota a linguagem como paradigma para chegar à razão e meio para estabelecer relações.
Face aos desafios contemporâneos, e assumindo o Museu como lugar de comunicação por excelência, o foco será o setor público e as peculiaridades que os processos de comunicação adquirem nesse contexto. Desta forma, entendemos que o modelo metodológico habermasiano da busca pelo entendimento poderá nortear a capacitação dos funcionários, para uma mediação harmoniosa e simbiótica, procurando garantir que essas instituições sejam acessíveis, acolhedoras, inclusivas e relevantes para uma cada vez mais ampla diversidade de públicos.

  • 14h00/17h00 Marketing Cultural  | Patrícia Remelgado (FLUP)

Sinopse:
A sessão de Marketing Cultural, constituinte da Formação de Museologia, tem como objetivo apresentar e desenvolver os principais conceitos e técnicas necessários ao desenvolvimento e gestão das organizações culturais, no domínio do Marketing Cultural.  As temáticas a abordar serão as seguintes: Marketing nas Organizações Culturais e na Oferta Cultural; Conceitos e práticas essenciais; Construir e reforçar a marca da instituição: Notoriedade, Imagem e Lealdade; Planeamento Estratégico; Melhores práticas: elaboração de um plano de marketing e de comunicação; Públicos: atrair e fidelizar; O Marketing-Mix Cultural.

 19 de abril

  • 10h00/13h00
    Legislação Cultural | Filipe Serra (DGPC)

Sinopse:
O módulo de Legislação Cultural, integrante da Formação de Museologia, tem como objetivo exibir a legislação aplicável ao património cultural nas suas diversas modalidades, com especial incidência no património móvel e imaterial e no que concerne aos museus.
Pretende-se elencar os principais diplomas legais em vigor, nomeadamente: Lei de Bases do Património Cultural; Lei Quadro dos Museus Portugueses; Rede Portuguesa de Museus e PROMUSEUS; Regime da classificação e da inventariação dos bens culturais móveis, bem como as regras aplicáveis à sua circulação; Regime da salvaguarda do património cultural imaterial; Regime jurídico das intervenções sobre bens culturais móveis classificados, ou em vias de classificação – identificando os aspetos mais salientes e atuais na sua aplicação prática.

  • 14h00/17h00
    Montagem de exposições  –  Acessibilidade João Herdade (DGPC)

Sinopse:
O módulo de Montagem de Exposições – Acessibilidade, integrada na Formação de Museologia, é uma sessão tripartida que aborda os seguintes pontos:  Acessibilidade – Como visitamos um museu?; Exposição Permanente, relativamente ao percurso expositivo, às caraterísticas do espaço e aos equipamentos expositivos; e a Exposição Temporária, tendo em conta o programa, as obras de adaptação e a distribuição de peças, bem como a circulação. 

 27 de abril 

  • 10h00/13h00
    Funções Museológicas | João Neto (APOM)

Sinopse:
A sessão de Funções Museológicas do ciclo de formação em museologia será uma sessão transdisciplinar.     
Face aos tempos desafiantes em que vivemos, é necessário robustecer as funções museológicas agregando-as a novas competências especializadas dos profissionais da museologia. Que desafios existem hoje para as entidades museológicas? Quais são as novas competências necessárias aos museólogos? Uma formação especializada e interdisciplinar, intersectando as áreas clássicas da museologia, mas também da gestão, da comunicação e dotando os formandos de conhecimentos adequados ao exercício de funções museológicas e das competências e estratégias de mudança no sector.

  • 14h00/17h00
    Curadoria | António Ponte (Museu Nacional Soares dos Reis)

Sinopse:
O módulo de Curadoria, parte integrante da Formação de Museologia, procura expor e criar guias para debate e, potencialmente, métodos de trabalho replicáveis noutras instituições museológicas.
A complexidade dos museus torna crucial a promoção de debates e de novas formas de debates, de modo a suscitar novas leituras das coleções e a discussão de temas da contemporaneidade, tendo como ponto de partida as suas coleções. 
Exemplo desta perspetiva é o Museu Nacional Soares dos Reis que passou os últimos dois anos a conceber e produzir a sua nova exposição de longa duração. Procurou-se desviar esta exposição do termo permanente. Neste contexto, foram concebidas novas narrativas, novos discursos e nova museografia que pretende colocar lado a lado diferentes expressões artísticas, que permitam uma nova leitura das suas coleções, colocando o público em confronte com algumas questões da atualidade.
Por outro lado, o programa de exposições temporárias complementa a estratégia de criação de novos programas narrativos, discutindo-se temas da contemporaneidade através das obras de arte de períodos mais recuados.

 28 de abril

  • 10h00/13h00
    Conservação PreventivaRicardo Triães (Instituto Politécnico de Tomar)

Sinopse: 
O módulo de Conservação Preventiva da Formação de Museologia abordará aspetos acerca da natureza dos materiais e técnicas de produção dos bens culturais e artísticos.
Para a definição de um modelo de conservação preventiva para uma qualquer coleção, quer seja em ambiente de museu ou reserva, é fundamental perceber a importância de um correto diagnóstico, discriminadamente: (1) avaliar a natureza dos materiais; (2) avaliar as técnicas de produção artística; (3) identificar os principais danos e patologias; (4) reconhecer as causas de degradação prováveis; (5) perceber a extensão dos danos dos bens. Esta metodologia de trabalho será experienciada através da análise de alguns casos práticos.
Serão ainda abordadas as temáticas relativas aos espaços, condições físicas e ambientais, equipamentos e mobiliário, condições de circulação e segurança e os materiais de acondicionamento de bens culturais e artísticos.

  • 14h00/17h00
    Gestão de Museus | Isabel Victor (Museu do Sporting Clube de Portugal)

Sinopse: 
O ponto de partida serão três casos paradigmáticos de museus, apresentados pela oradora, de diferentes escalas, visões e tutelas, de modo a refletir acerca de transdisciplinaridade, conceitos e práticas museológicas complementares no plano de bem-estar e do desenvolvimento. A imersão, o digital, as relações entre arquivo e memória. A formação de equipas residentes, multidisciplinares, colaborativas e em rede, como fator de sustentabilidade. A Gestão da Qualidade como ferramenta de avaliação.

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