Escola de Carapito em protesto contra o horário imposto pelo agrupamento de Escolas

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© Escola de Carapito

Pais descontentes pelas medidas tomadas e que tanto prejudicam as nossas crianças.

Realizou-se na passada quarta-feira uma reunião do Agrupamento de Escolas com os pais das crianças a frequentar o primeiro ciclo em Carapito. Estiveram presentes os presidentes da Câmara e da Junta de Freguesia que reforçaram o apoio necessário para que o ano lectivo decorra da melhor forma.

O presidente da Junta de Freguesia informou que vai dar 50 euros a cada criança para ajuda da compra do material escolar e que vai fazer tudo para que seja construído um coberto para as crianças poderem brincar nos dias de chuva. Sobre isso, os pais também já fizeram chegar, por escrito, essa mesma necessidade, assim como também manifestaram a disponibilidade em colaborar com a mão-de-obra, se necessário.

Só da parte da direcção do Agrupamento de Escolas não houve qualquer tipo de abertura para explicar algumas medidas tomadas até à data e tentar resolver o que ainda é possível resolver no início do ano escolar.

A escola de Carapito tem 18 crianças distribuídas pelos quatro anos de ensino, todas na mesma sala e apenas com uma professora titular. Se tivesse mais um aluno, a Lei permitiria as duas salas abertas e dois professores titulares, o que não acontece porque, na sede do agrupamento foi anulada uma matricula que, por não ter a assinatura dos encarregados de educação da criança, que se encontravam no estrangeiro. E assim, por causa de uma assinatura, todos ficaram a perder. A desculpa dada não tem qualquer fundamento, já que a matrícula de outras crianças foi feita por tios e avós e ninguém levantou qualquer problema. Esta atitude, os pais só a entendem como má-fé já que, em vez de lutarmos em conjunto para mantermos as duas salas abertas e tudo o que daí resultava: as crianças teriam outro acompanhamento, melhores resultados e seria mais um professor com colocação. Nada disso foi acautelado.

Para agravar a situação, também os horários não foram feitos de acordo com as necessidades das nossas crianças. Entre muitas situações que deixaram descontentes os encarregados de educação, salienta-se o facto de colocarem as aulas de Educação Física, Expressões e Moral, durante as manhãs, deixando Português e Matemática para segundo plano.

Assim, os pais pediram à Diretora do Agrupamento para alterar os horários que foi peremptória na resposta, dizendo, de imediato, que não o faria. Não havendo qualquer abertura, nem para tentar algumas alterações, nem sequer para dialogar com os pais, foi-lhe dada uma semana para poder repensar nas nossas crianças, e até lá, estas não frequentarão as aulas em causa, como protesto e desagrado pela forma como estão a ser tratadas.

Foi o que já aconteceu esta manhã. As nossas crianças ficaram em casa, dando assim mais uma oportunidade para que a directora do agrupamento de Escolas de Aguiar da Beira repense os horários, já que tudo o resto são factos consumados e que já tanto sacrificam os nossos meninos e meninas.

Os pais acreditam que para a semana tudo será revisto e alterado. Caso contrário, terão de ser tomadas outras medidas.

E se o ensino do primeiro ciclo está a passar por tudo isto, convêm também reflectir, por exemplo, porque é que, só de Carapito, já estão sete jovens do ensino secundário a frequentar as escolas dos concelhos vizinhos!!

Estamos a um passo de ficar sem 10º, 11º e 12º anos. Esta preocupação foi reiterada pela própria Directora, já durante o passado ano lectivo. Depois disso acontecer já não há nada a fazer e as nossas crianças terão de abandonar o nosso concelho após o nono ano.

Até lá, somos todos responsáveis. Pais e alunos, mas acima de tudo, Agrupamento e Câmara Municipal. Depois de acontecer já não vale a pena reclamar.

Os pais de Carapito estão de coração aberto para dialogar e chegar a um acordo com a sede escolar, mas quando toca ao futuro dos nossos filhos não podemos nem devemos baixar os braços.

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